quinta-feira, 2 de outubro de 2008

EPITÁFIO

Morre este mês, mais uma vã tentativa de promoção da cultura praticada na cidade de Vila Velha.

O Clube das Artes, iniciativa dos amigos Sônia Assad, Marcos de Assis, Denise Dalmacchio e Jorge Sales encerra suas atividades, após 7 meses de exaustiva tentativa de levar ao público gratuitamente, eventos como o Segundas Intenções, voltado exclusivamente para mostra de trabalhos autênticos, Cine no Clube, mostra de cinema, realizada sempre às terças, com o apoio inestimável da associação de Cineclubes de Vila Velha, Quarta Livre, palco e sonorização disponibilizados para ensaios de trabalhos, com vistas a realização de shows no local, onde os músicos só precisavam levar seus instrumentos. Às quintas e sextas, promovíamos shows com artistas da terra e a tradicional música ao vivo. Tentamos ainda montar eventos com o intuito de congregar e confraternizar artistas profissionais e amadores, como era o Sábado em Qualquer Tom.

O que o Clube tentou, ao longo deste período foi buscar uma alternativa auto-sustentável, através dos serviços de Bar, para custear as necessidades de manutenção do espaço propriamente dito. Infelizmente, sucumbiu à Lei Seca, desinteresse dos artistas em mostrar seus trabalhos autênticos (foram poucos corajosos), falta de interesse esta que abrange também, a manutenção do próprio espaço como mais uma opção de palco. Em tempos de Lei Seca, os "bares da moda" vêm se extinguindo e cabe a nós artistas tratarmos com carinho os que estão restando, levando o nosso público a estes espaços sempre que possível. Vila Velha é um grande produtor de arte e cultura. Pena que nem com a assinatura da Lei de incentivo à Cultura, os artistas, que certamente conseguiram apoio financeiro, viram no Clube uma oportunidade de divulgação pública do seu trabalho. Artistas, " Um livro de poesia na gaveta, não adianta nada, lugar de poesia, é na calçada". Sábias palavras de um outro artista daqui do Espírito Santo, o Sérgio Sampaio.

Lembramos ao público que reclama que pagamento de couvert encarece a conta, que o artista que trabalha no bar, vive disso. Veja-se como um pequeno incentivador da nossa cultura musical, do contrário todo trabalho veiculado ao público será feito por Mega Shows de Axé, Pagode , Funk, Sertanejo e outras modernidades!

É... Vamos procurar espaços para que possamos carregar nosso som nas costas, tocar por quatro horas seguidas e, por fim, ganhar couverts medíocres!

Grande abraço!!